terça-feira, 3 de abril de 2018

Crises... Again.


De identidade. Sou eu que sou propensa, são os outros que não falam disso ou não pensam nisso, ou é o quê? Sei que, a cada acontecimento importante na minha vida, sucede-se uma crisezita dessas. Já começo a estar habituada. Foi quando estive para escolher o curso, foi depois de escolher o curso, foi quando cheguei à idade adulta, foi quando comecei a trabalhar (estas intersectaram-se todas umas às outras e transformaram-se numa só). Foi quando superei certos problemas de saúde que tinha e cheguei ao mundo das pessoas "normais". Foi quando comecei a partilhar a minha vida com mais alguém e a formar uma família. É agora. 

A forma como me visto está intimamente ligada à forma como me sinto. Quem diz que se trata de uma futilidade, não conhece esta realidade por não ter sensibilidade suficiente para isto. É a nossa vertente sensível, criativa, artística que nos compele a sentir assim. Para me sentir bem comigo mesma, tenho de vestir algo que tenha a ver comigo. Se não, sinto-me incompleta. Nada tem a ver com dinheiro, ou com roupa cara. Tem a ver com personalidade e identidade. Quando tenho crises de identidade, preciso dos meus blogues. Para me reencontrar a mim mesma. Para me ajudar a reflectir e  a perceber. E, nesta fase, também para recordar e reviver tantas coisas. São menos severas as crises de identidade de agora, porque estou feliz, porque estou a tê-las por causa de coisas que tanto desejei, que tanto sonhei. Agora, tenho um passado, tenho recordações. Tenho referências. Antigamente também tinha, mas faltava tanta coisa que recordar as coisas do passado não me fazia sentir feliz. Não conseguia valorizar as coisas boas, porque estava cansada de as valorizar sem que mais nada viesse. Aquilo era bom, era muito bom, mas não podia ser só aquilo. Tinha de haver mais qualquer coisa. Demorou tempo a chegar, mas chegou tudo. Veio tarde, mas veio. Pregou-me um susto, porque pensei que nunca viesse. 

Mas vamos ao que realmente interessa para aqui: roupa. Os meus "problemas" actuais em relação a esse aspecto são os seguintes: certas "coisas" que me fizeram engordar; estou a perder peso a bom ritmo e de forma adequada, estou lentamente a melhorar a minha alimentação e a reintroduzir hábitos de exercício físico. Portanto, sei que esse aspecto estará, brevemente, resolvido. Há a questão de eu necessitar de alguma liquidez para melhorar alguns aspectos, mas mesmo quando a tenho, não conseguir despender grande coisa, por sentir que há outros contextos em que me apetece mais investir. Também não tenho tempo para deambular em lojas nem para andar pela net à procura, até porque é tempo perdido, já que a crise parece não ter sido só minha. Encontrar um trapo de jeito, nos dias que correm, parece ser mais difícil que encontrar uma agulha no palheiro. Por fim, há o facto de eu achar que alguns conjuntos que eu fazia no passado necessitam ser revistos, por eu já não me identificar com eles. Sobretudo, a boneca de procelana: muitos conjuntos muito formais dão-me um ar pesado. Continuam a ser giros e usáveis ocasionalmente e em certos contextos, mas não podem ser a nota dominante do meu guarda-roupa. Já viram? É só problemas. E gravíssimos. Procuro, para já, colocar aqui as minhas ideias a respeito e coligir aqui tudo o que me agradar e me parecer interessante, mesmo que em termos de inspiração apenas. A ver se me surgem novas ideias. Hoje estou mais idiota e menos dependente daquilo que a oferta das lojas pode oferecer. Quem sabe não voltamos ao passado, eu e a minha mãe, e voltamos a fazer uma dupla nisso de fazer roupa para mim, mas, desta vez, uma dupla funcional, que eu já não sou adolescente parva. Quem sabe, eu não começo a fazer essas coisas giras que as donas de casa que se prezam sabem fazer, como renda, crochet e costura. Eu iria adorar poder fazer a minha própria roupa! Quem sabe! :)

Sem comentários: